Na luta por um sistema tributário mais justo e equitativo, encampei o debate sobre uma proposta que há muito tempo ronda os corredores do Congresso Nacional: a taxação sobre grandes fortunas.
Esse projeto se insere em um contexto de desigualdade crescente no Brasil, onde a concentração de riqueza nas mãos de poucos contrasta com a carga tributária que recai desproporcionalmente sobre a classe média e os trabalhadores assalariados.
Os milionários e grandes proprietários de terras, em relação ao Imposto Territorial Rural (ITR), praticamente não contribuem para a arrecadação fiscal do país. Um dado alarmante que ilustra essa desigualdade é que o IPTU arrecadado na cidade de São Paulo supera, em muito, a arrecadação total do ITR em todo o Brasil. Essa situação evidencia a necessidade urgente de uma reforma tributária que torne o sistema mais progressivo, cobrando mais de quem pode pagar mais.
A proposta de taxação de grandes fortunas está profundamente enraizada na lógica de justiça social. Temos profissionais assalariados, como professores e engenheiros, frequentemente pagando impostos proporcionais muito mais altos que os milionários. Enquanto o patrimônio da classe alta é frequentemente formado por lucros, dividendos e aplicações financeiras, que não são devidamente tributados, o trabalhador assalariado vê a sua renda severamente tributada. Essa realidade não apenas perpetua a desigualdade econômica, mas também fragiliza a noção de que todos devemos contribuir de forma justa para o bem-estar comum.
Além disso, critiquei a proposta apresentada pelo PSOL, argumentando que o texto careceu de uma reflexão aprofundada e de uma análise cuidadosa dos valores a serem taxados. Acredito que seja fundamental estabelecer o que se define como patrimônio e quais seriam as faixas de tributação justas.
Volto a ressaltar a importância de um debate coletivo e abrangente sobre o tema, envolvendo economistas, políticos e a sociedade civil. A elaboração de um projeto de lei efetivo e justo requer um entendimento claro das consequências econômicas e sociais de uma nova taxa sobre grandes fortunas.
A construção de um sistema tributário mais justo e equilibrado é essencial para reduzir as desigualdades sociais e promover um desenvolvimento sustentável no Brasil. O projeto de taxação sobre grandes fortunas pode servir como uma ferramenta potente para aumentar a arrecadação e destinar recursos a áreas fundamentais como saúde, educação e infraestrutura. E tem mais, tal medida pode contribuir também para a redução das disparidades econômicas, criando um ambiente mais justo e favorável ao progresso social.
Sendo assim, um passo importante rumo à justiça fiscal no Brasil.