A pouco mais de um mês para o recesso parlamentar, o vice-líder do governo avaliou os resultados do primeiro ano do governo Lula e sua articulação com o Executivo para melhorias em Mato Grosso
Na manhã da última segunda-feira (06), o deputado federal Emanuel Pinheiro Neto (MDB-MT) fez uma análise prévia do primeiro ano de governo do Presidente Lula, e da sua atuação enquanto vice-líder do governo na Câmara dos Deputados neste segundo mandato durante entrevista no Jornal da Cultura, da Rádio Cultura FM 90.7, apresentado por Antero Paes de Barros e Michely Figueiredo.
Logo no início da conversa, o parlamentar governista comentou acerca da meta fiscal e perspectiva de déficit zero em 2024. “Estivemos na semana passada em reunião com o Presidente Lula e com o Ministro Haddad conversando em torno da meta fiscal e sobre o Novo Regime Fiscal Sustentável que nós aprovamos no Congresso. Acontece que a mudança da meta fiscal não tem a ver com aumento de despesas do governo, mas está muito mais relacionado com evitar fazer contingenciamento de gastos com programas sociais, com obras de infraestrutura que precisamos fazer para o desenvolvimento nacional, para que a gente possa induzir a demanda no país, fazendo aquecer a economia, e, com isso, consigamos retomar o crescimento vertiginoso do Brasil”, explicou.
O congressista mato-grossense também complementou apresentando dados sobre o desempenho do Produto Interno Bruto do país no primeiro ano do governo Lula 3. “Nos últimos anos a média de crescimento PIB do Brasil foi de 1%, e já agora em 2023 vamos chegar a 3% de crescimento, contra todas as projeções do mercado assim que o presidente Lula se elegeu, que eram negativas”, ressaltou.
Ainda a respeito da meta fiscal, o deputado federal esclareceu que o déficit em si não é o problema, mas sim a trajetória dele ao longo do tempo. “Se tiver déficit por um longo tempo, como uns cinco anos seguidos, aí sim temos um problema. Agora, se tem déficit um ano, depois se consegue regularizar o mercado interno, o setor de exportações, reduzir a taxa de juros, fazer reforma tributária, implementar o novo arcabouço fiscal entre outras medidas, a gente pode, a médio e longo prazo, ter uma organização das contas públicas de forma sustentável”, argumentou.
Para finalizar o tema, o vice-líder do governo fez uma análise do governo passado em relação à pauta fiscal comparando ao governo atual. “Nos últimos quatro anos, o Brasil só produziu superávit em um ano, 2022, último ano do governo, mas com uma maquiagem que foi o parcelamento dos precatórios via PEC, além dos restos a pagar de R$ 150 bilhões aproximadamente que não se contabilizava como déficit. Ou seja, naquele momento sim houve um déficit gigantesco e brutal, especialmente quando se estourou o teto em quase R$ 800 bilhões”, afirmou ele.
“Agora, com o novo governo, estamos fazendo ajustes para que, no segundo ano de mandato, possamos ter as contas públicas organizadas, para passar os sinais positivos para o mercado, ter um sistema financeiro equilibrado, que possa estimular o desenvolvimento e controlar a inflação, e dessa forma, a gente possa gerar emprego e aquecer a economia como um todo. O ministro Fernando Haddad tem feito um bom trabalho, vamos corrigir algumas questões na parte fiscal, e tenho certeza que vamos entregar resultados cada vez melhores”, finalizou.
Emanuelzinho também aproveitou para fazer uma avaliação precoce do primeiro ano de governo, uma vez que falta um pouco mais de um mês para o encerramento de 2023. “Enquanto vice-líder do governo, posso dizer que temos feito muito: a redução da inflação, pegamos em 5,8% e está em 4,75%; a diminuição da taxa de juros, que pegamos em 13,75% e está em 12,25%, o que aumenta a possibilidade de acesso ao crédito, o consumo das famílias, especialmente com o Programa Desenrola que está auxiliando a limpar o nome de milhares de brasileiros, para movimentar a economia e fazer com que os empresários possam investir mais; o controle da taxa cambial, que contamina a inflação, e com isso podemos fazer com que o setor industrial nacional possa exportar mais, pois aumenta a competitividade das mercadorias brasileiras frente ao produto internacional; a retomada do Minha Casa Minha Vida, que absorve a mão-de-obra menos qualificada e que tem oferecido novamente habitação popular; o BID Pantanal, o qual fará investimento de R$ 1 bilhão, especialmente na Baixada Cuiabana que é uma das regiões mais pobres do estado, que permitirá o investimento em projetos essenciais de infraestrutura; a ligação das BRs 158 e 242, que vai entregar 300 km de pavimentação em uma região que estava extremamente precarizada em virtude disso; os 50% do Rodoanel aqui em MT veio de recursos do governo federal; os 60% dos recursos do Hospital Universitário Júlio Müller que recebeu também recursos do Executivo federal. Então, esses números mostram o quanto o Brasil tem avançado”, elencou.
Por fim, o vice-líder do governo salientou que o Brasil está voltando a ter um projeto de desenvolvimento como temos entre as décadas de 30 e 80. “Durante 50 anos, crescemos demais, mas depois daquele momento, praticamente estagnamos. Focamos no trabalho da abertura comercial e estabilização da economia, mas não crescemos significativamente, salvo 2010, durante o segundo mandato do presidente Lula, pós-crise econômica mundial de 2008, em que o país cresceu 7,5%, por que investimos em três pilares que são importantes ainda hoje para o Brasil: acesso ao crédito, distribuição de renda e investimento público”, concluiu ele.